terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Ano Novo



Feliz 2009




Nesta altura há sempre a tentação de fazer balanços, renovar votos, renovar esperanças...
Há um ano atrás, eu estava com aquele espírito: «ano novo, vida velha»....

Felizmente este ano estou um pouco mais optimista, apesar da crise, apesar dos problemas, apesar de todos os apesar de.....

Claro que não é por mudar a folha do calendário que a nossa vida vai miraculosamente mudar também, mas sinto-me verdadeiramente esperançada num ano melhor.

Já agora, quero manifestar a minha alegria por neste ano que está prestes a terminar ter conhecido, através deste blog, pessoas adoráveis, que contribuíram para alegrar mais a minha vida. Não vou mencionar nomes, até porque vocês sabem quem são.

Sendo assim, quero também desejar a todos um ano 2009

cheio de felicidade, saúde, e todas as coisas boas que desejarem para as vossas vidas. Que os vossos sonhos se vão cumprindo, não já amanhã, mas ao longo de todo o Janeiro, Fevereiro.... e por aí fora.

Feliz Ano Novo


sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Natal doce



Este ano eu e a minha irmã, habitualmente meras ajudantes de cozinha da Mãe no que respeita aos doces de Natal, resolvemos inovar, e decidimos ter também voto na matéria...

A aventura começou no dia 23, já que a massa das broas deve ficar no frigorífico de um dia para o outro.

A tarde do dia 24 foi passada na cozinha, a fazer Broas Castelar e Biscoitos de Natal.

Isso é que foi misturar, bater, moldar, e por aí fora... e não é que foi mesmo uma tarde bem passada?

Aqui estão as broas antes de entrarem no forno.



E aqui estão elas já depois de cozidinhas. Ficaram uma delícia.


Aqui vai a receitinha:

Ingredientes: 500g de batata-doce; 650g de açúcar; 3 ovos + 5 gemas;
250g de amêndoa triturada; raspa de casca de laranja ou casca de laranja cristalizada;
125g farinha de milho; 125 g farinha de trigo;
manteiga, farinha e gema batida q.b.

Coze-se a batata doce. Escorre-se e junta-se 450 g de açúcar. Tritura-se e vai a lume brando até engrossar, mexendo de vez em quando. Deixa-se arrefecer um pouco.

Junta-se a amêndoa, o restante açúcar, 2 ovos e 3 gemas.

Por fim, a casca de laranja triturada (usámos raspa) e as farinhas.

Vai a lume brando e deixa-se cozinhar, mexendo sempre, cerca de 7m.

Deixa-se arrefecer completamente e guarda-se no frigorífico, tapada com película aderente, até ao dia seguinte.

Polvilha-se uma tábua de cozinha com farinha e começam-se a moldar as broas. Eu pensava que esta parte ia ser muito complicada, mas a minha mana, que é muito espertinha, descobriu uma maneira óptima de as moldar: como tem as mãos pequenas, ia moldando as broas na própria tábua, com as mãos em concha. Não sei se estou a explicar bem, infelizmente não tirámos foto. É que na revista (A arte de bem cozinhar) aparecia o cozinheiro com a broa numa mão, e a moldá-la com a outra, e a forma como a minha irmã fez é bem mais prática e muito eficaz. Temos doceira! Foi por isso que lhe ofereci uma caixa com produtos e utensílios para os futuros biscoitos. Vou ficar à espera...

Continuando: vão-se colocando as broas no(s) tabuleiro(s) untado(s) e enfarinhado(s).

Liga-se o forno a 220ºC.

Bate-se um ovo com um garfo, e pincelam-se as broas. De seguida, volta-se a pincelar só a superfície com gema batida. Vão ao forno por 20/22m.

Quando se retiram do forno, passa-se delicadamente com um pano para ficarem brilhantes.

Et voilà, estão prontas a comer, e ficaram mesmo muito saborosas.



Depois das broas cozidas, deitámos mãos à obra aos Biscoitos de Natal, cuja receita está no livro "Biscoitos", da maravilhosa colecção "Le Cordon Bleu".

Estes, escolhidos pela minha irmã, são uma pequena maravilha. Como se pode ver, usámos os moldes em forma de estrela, mas também inventámos outros formatos, conforme as circunstâncias.

Aqui estão as estrelinhas mais pequenas, mas com a mesma massa. Estas foram as preferidas da gulosinha júnior.


Usámos: 250g manteiga sem sal, à temperatura ambiente; 250g açúcar granulado fino;
1 ovo grande, batido; raspa da casca de 1 limão + raspa da casca de uma laranja;
70g cerejas cristalizadas vermelhas, picadas; 450g farinha sem fermento;
1 colher chá canela moída; 1 colher chá noz-moscada moída.

(Aumentámos as doses originais, porque no livro dizia que rendia 12 biscoitos; só podia ser engano, pq nós fizemos uns cinquenta... e os do livro tb estão fininhos. Penso que devia ser 20 em vez de 12...)
Barram-se 2 tabuleiros com manteiga e levam-se ao frigorífico.
Aquece-se o forno a 180ºC.
Forma-se um creme com a manteiga e o açúcar. Adiciona-se o ovo gradualmente, batendo muito bem entre cada adição. Mistura-se a raspa das cascas do limão e da laranja e as cerejas.
Peneira-se a farinha e as especiarias para dentro do preparado e mistura-se. Com uma espátula de plástico, raspa-se a massa para um pedaço de película aderente e achata-se ligeiramente. Embrulha-se e vai ao frigorífico durante 20m.
Coloca-se a massa entre duas folhas de papel vegetal e tende-se até uma espessura de 3mm.
Recortam-se os biscoitos com a forma pretendida, e colocam-se nos tabuleiros, deixando alguma distância entre eles, embora não cresçam muito. Picam-se com um garfo e vão ao forno 10/12m (não deixe ficar mais tempo, para que não comecem a queimar por baixo...).
E pronto. Aconselho a experimentar, porque são na verdade deliciosos. Nem sei explicar o sabor, mas talvez a mistura da canela com o limão e a laranja, a cereja... huummm, são mesmo muito bons.

E, para finalizar, também fizemos este Bolo-Rei!


Não, ainda não nos atrevemos a tanto, talvez no próximo ano, quem sabe...

Depois dos "nossos" doces, ainda ajudámos a mãezona nos sonhos e filhoses de abóbora, mas só a polvilhar com açúcar e canela. Já estávamos demasiado cansadas.

Continuação de boas festas. Daqui a uns dias vem lá mais comilança.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Quem espera desespera...

Pobres criancinhas!




ELA: Grande seca que estamos aqui a apanhar.....

ELE: Podes crer! É que a minha mãe está a experimentar 5 vestidos! Espero que pelo menos nos levem a seguir ao McDonald's...


sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Bolo de marmelada (com nozes, avelãs e gengibre)



A minha mãe todos os anos faz carradas de marmelada. É muito boa, sem dúvida, mas é difícil dar-lhe vencimento...

Aqui há tempos vi na net uma receita de bolo de marmelada, e achei uma ideia original, mas nem sequer anotei a receita.

Há umas duas semanas atrás, e como tinha bastante marmelada no frigorífico, resolvi experimentar. Como não tinha nesse momento acesso a nenhuma receita, resolvi inventar. E felizmente resultou. Ficou muito bom, e com este aspecto:




Entretanto, já nem me lembro das quantidades que utilizei, até porque foi tipo experiência.


Como resultou bem, hoje decidi aventurar-me um pouco mais.

Fiz assim:

120 gr açúcar; 5 ovos grandes;

50 gr nozes raladas; 50 gr avelãs raladas;

80 gr farinha com fermento; um pedacinho de gengibre ralado;

1 chávena pequena de óleo; 100 gr de marmelada.

Comecei por misturar o açúcar com as gemas, batendo até ficar cremoso; acrescentei as nozes e as avelãs, encorporando bem.

Acrescentei o óleo e fui juntando a farinha aos poucos. Depois de bem misturado, juntei um pouco de gengibre ralado (é muito irritante, porque quase metade do gengibre fica agarrado ao ralador; alguém tem uma dica?).

Por fim, as claras batidas em castelo.

Vai ao forno médio em forma bem untada e polvilhada de farinha, durante cerca de 40 minutos.

Antes de colocar a massa no forno, polvilhei-a com um pouco de açúcar, o que resultou numa bela casquinha estaladiça.



Entretanto, misturei numa tijela açúcar em pó com canela, e polvilhei o bolo.

Ficou muito macio e húmido, e o sabor é delicioso, podem acreditar! Acompanhei com uma bela chávena de café, e foi um momento muito feliz!






Baixinho, mas tão saboroso...

Moral da história: os bolos não se medem aos palmos.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Deveres da Humanidade




60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos


Artigo 1º

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.


Artigo 23º

1. Todas as pessoas têm direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à protecção contra o desemprego.

2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.

3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita, e à sua família, uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de protecção social.


Artigo 25º

1. Todas as pessoas têm direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar, e à sua família, a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.


Artigo 26º

1. Todas as pessoas têm direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu mérito.


Artigo 29º

1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade.


A Declaração Universal dos Direitos Humanos tem 30 artigos, mas por esta pequena amostra já se pode ver como estamos, infelizmente, tão longe da sua concretização.

É dever da Humanidade, de todos nós, pô-los em prática.


segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Amor maior

Hoje a minha mãe fez 70 anos.



Parabéns, mãezinha linda.


Apesar de ela não querer festejos, até porque tem andado adoentada, não podíamos deixar passar a data em branco, ainda por cima sendo um número tão redondinho.

Sendo assim, eu e a minha irmã resolvemos fazer umas coisitas boas, como por exemplo uns maravilhosos biscoitos, inspirados nestes, (muito bem) feitos pela minha simpática e querida xará.

O que fizemos de diferente da receita da Cláudia foi não usar cravo (será cravinho? - não gosto, faz-me lembrar dentistas); além disso, usámos licor de amêndoa amarga, não sei se será a mesma coisa que o amaretto. Cláudia, o que vc me diz?

Aqui estão os ingredientes usados pela Cláudia:

« Moreno de Basel, nome carinhoso para o biscoito Basler Brunsli
1 1/2 xícara de farinha de amêndoas
1 1/2 xícara de açúcar de confeiteiro
1 xícara de açúcar cristal (para abrir a massa e cortar os biscoitos)
3 colheres de sopa de chocolate em pó ou cacau em pó
100 gramas de chocolate amargo 70% de cacau
Duas claras grandes
1 colher de chá de licor de amendoas tipo amaretto Disaronno ou 1/2 colher de chá de aroma natural de amendoas (por favor, não use aroma imitação de amendoas)*
1/2 colher de chá de canela em pó (se preferir use um pouco mais, mas não exagere)
Uma pitada de cravo pó (se preferir use um pouco mais, mas não exagere)
Uma pitada de noz moscada (se preferir use um pouco mais, mas não exagere)
Uma pitada de sal (* pode substituir também por uma colher de chá ou de sopa de kirsch) »

Podem ver todos os detalhes no blog da Cláudia, o link está aí em cima.

A massa estava de-li-ci-o-sa. Só ocorreu um pequeno problema: nós pelámos as amêndoas, e não o devíamos ter feito, porque durante a cozedura, como a massa ficou mais mole do que deveria, espalhou-se muito. Resultado: em vez de biscoitos, ficaram mais bolachas, ou seja, mais magrinhas... mas quanto ao sabor e à textura, nem há palavras. O sabor é mesmo maravilhoso, e realmente ficam estaladiças por fora e molinhas por dentro. Ui, que delícia!











Quanto ao bolo de aniversário, foi o Nuss-Mandeln Kuchen (bolo de avelãs e amêndoas), da cozinha tradicional alemã, e existem várias receitas na net.
Nós fizemos assim:
Ingredientes:

100 gr de manteiga líquida; 150gr de açúcar;

6 ovos; 1/4 colher (de chá) de canela;

raspa de meio limão; 1 dl de leite;

2 colheres (sopa) de Vinho do Porto (ou rum);

250gr farinha de trigo fina; 1 colher (chá) de fermento;

100 gr avelãs moídas; 130 gr amêndoas moídas.

Pré-aquecer o forno a 180º e untar a forma.
Misturar a manteiga, o açúcar, a gema e a raspa de limão. Adicionar o leite e o vinho do Porto.

Em seguida, incorporar aos poucos a farinha e o fermento.

Acrescentar as amêndoas e as avelãs e mexer bem.

Bater as claras em castelo e adicionar à massa.

Vai ao forno por 45 minutos.




É uma delícia. Muito macio, e a mistura das amêndoas com as avelãs dá-lhe um sabor único.
A cobertura foi feita com um pacote de natas (2 dl), 5 colheres de sopa de chocolate em pó e uma colher de sopa de açúcar, tudo levado ao lume até ferver, mexendo sempre.

Aqui a ideia era ver-se o interior, mas houve tremeliques...



Aqui está o bolo e as bebidas que foram usadas nas duas receitas: a Amêndoa amarga e o Vinho do Porto.
*****


Mãezinha linda, desejo-lhe mais 365 dias cheios de saúde, alegria, sem macaquinhos no sótão, sem ansiedade, e com muita felicidade. E já agora não abuse dos bolos, senão os 77 quilitos ainda aumentam... :)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Bolinhos Areados



Ora bem, procurei, procurei, e não consegui encontrar nenhum sítio para hibernar!

Só a minha casinha, mas aqui não posso hibernar, porque há sempre que fazer... portanto, resolvi cair na real, e enfrentar o Inverno. Até porque felizmente a temperatura já começou a subir um bocadinho, o que para mim já é bom. Mas eu já estou como aquele ditado: «não posso com a seca nem com a inverna». É que eu no Verão, naqueles dias muito quentes, já andava a dizer: já estou farta de tanto calor, estou desejosa que chegue o frio. Ai é? Pois aí tens! Agora que ele chegou, pareço uma velhinha, toda encolhidinha. Enfim... o que se há-de fazer?


Pois precisamente para combater o frio, no sábado passado, eu e a minha irmã (e ainda com a ajuda da pasteleira baixinha) decidimos fazer uns bolinhos areados, ou areias.

A receita (O melhor da cozinha portuguesa - TV 7 dias) é a seguinte:

Ingredientes: 180gr de manteiga; 120 gr de açúcar; 270 gr de farinha; manteiga e açúcar q.b.

Unta-se o tabuleiro, polvilha-se com farinha e reserva-se. Liga-se o forno a 180º.

Mistura-se a manteiga com o açúcar até obter um creme. Envolve-se a farinha, e já se podem moldar os bolinhos.

Dispõem-se no tabuleiro



e levam-se ao forno aproximadamente 25 minutos. A meio da cozedura já se começa a sentir um belo odor pela casa. Recomenda-se é que não exceda os 25m, senão... começam a ficar "demasiado morenos" por baixo...

Retiram-se do forno e passam-se por açúcar.

Aqui está o resultado:



Ficaram muito bons, mesmo muito saborosos. Até a malandra da Safira, a nossa gata, quis provar. E parece que gostou, pelo menos lambeu-se de orelha a orelha!




Aspectos a melhorar: fazer as bolinhas mais pequenas e mais redondinhas; isto parece redundante, mas algumas ficaram um pouco espalmadas, acho que ficam mais bonitinhas redonditas, pelo menos é como as costumo ver nas pastelarias.

Mas, para primeira vez, ficaram óptimas.